Será que os eleitores do PT ainda guardam na memória a imagem da então candidata Dilma Rousseff demonizando as propostas de seu adversário tucano para a economia? Dilma passou boa parte de sua campanha repetindo o discurso de que não havia descontrole de gastos e que a inflação a 6,5% estava controlada. Além disso, acusou seu adversário milhares de vezes de pertencer a turma do arrocho. Após ser reeleita a presidente parece ser outra pessoa mas não é. A Dilma que durante campanha eleitoral combateu as propostas que a oposição tinha para a economia é a mesma que vai reaproveitá-las agora. Sua nova equipe econômica vai promover cortes, trabalhar para puxar a inflação para a meta de 4,5% e adotar as medidas impopulares que ela disse que seu adversário adotaria. Ao que tudo indica a presidente fará um segundo mandato com aparência bem semelhante ao que seus opositores defenderam durante a campanha.
O novo ministro da fazenda escolhido por Dilma Rousseff é Joaquim Levy, ligado aos tucanos e um dos defensores do controle fiscal e do arrocho das contas públicas. Como já havia dito antes, essas eram exatamente as propostas que Dilma enquanto candidata combatia. Mas não para por aí, a inclinação da presidente em direção as ideias da oposição ficou evidente também em relação aos juros. Ela repetiu diversas vezes durante sua campanha que as propostas econômicas do adversário e a promessa de perseguir o controle da inflação iriam causar o aumento dos juros e consequentemente provocar recessão e desemprego. Mas um dia após ser reeleita anunciou o reajuste dos combustíveis e dois dias depois o Banco Central aumentou a taxa de juros para 11,25%, o maior patamar em três anos.
Se a escolha de Joaquim levy para o ministério da fazenda foi uma atitude prudente da presidente ou apenas mais uma manobra petista para acalmar e enganar os investidores só o futuro nos dirá. Mas de uma coisa estou convicta, ciente da grande capacidade do PT de distorcer a verdade, tenho a absoluta certeza de que se algo der errado vão jogar toda culpa sobre Levy e o governo sairá como a grande vítima.
Nenhum comentário:
Postar um comentário